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OS FILTROS NECESSÁRIOS NA SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS EM PASTEJO
OS FILTROS NECESSÁRIOS NA SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS EM PASTEJO
Resumo – O Filtro dos “Milagres” na Suplementação de Bovinos em Pastejo Prof. Edenio Detmann – Universidade Federal de Viçosa No mercado de suplementação bovina, é comum a oferta de produtos apresentados como “milagres” ou “diferenciais nutricionais” que, teoricamente, proporcionariam aumentos expressivos de desempenho dos animais. No entanto, a bovinocultura em pastejo é regida pelas leis naturais, não comportando soluções sobrenaturais ou mágicas. Muitos desses produtos possuem, de fato, alguma base científica, mas é essencial avaliar se essa base é aplicável, necessária e economicamente viável dentro do contexto produtivo. Para isso, o Prof. Edenio Detmann propõe o Filtro dos 4S, composto por quatro perguntas fundamentais: Existe base fisiológica ou nutricional? É necessário para o meu sistema de produção? Gera benefício significativo ou evita prejuízos? Apresenta retorno econômico? Caso qualquer resposta seja "não", o uso do produto não se justifica. Um exemplo prático citado é o uso de suplementos com níquel, que, apesar de ter função na microbiota ruminal, é um elemento naturalmente presente em quantidade suficiente nas forragens tropicais, não gerando retorno econômico ao ser suplementado isoladamente. O verdadeiro “milagre” na produção animal está na correta gestão dos fatores básicos: oferta de pasto em quantidade e qualidade, reprodução eficiente e manejo adequado. Somente após atender esses princípios fundamentais, ajustes finos, como suplementações específicas, podem ser considerados — desde que passem pelo crivo do Filtro dos 4S.
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COMO CALCULAR A NECESSIDADE DE CALAGEM EM ÁREAS DE PASTAGENS
COMO CALCULAR A NECESSIDADE DE CALAGEM EM ÁREAS DE PASTAGENS
Resumo – Calagem em Pastagens Profa. Janaína Martuscello – 28 de novembro de 2024 A maioria dos solos brasileiros apresenta alta acidez, o que acarreta sérias limitações ao desenvolvimento das plantas, especialmente pela baixa disponibilidade de nutrientes essenciais, como o fósforo, cálcio e magnésio, além da presença de alumínio trocável em níveis tóxicos para as plantas. A prática da calagem tem como principais objetivos: Elevar o pH do solo; Neutralizar o alumínio tóxico; Fornecer cálcio e magnésio, que são macronutrientes essenciais ao desenvolvimento vegetal. Embora as forrageiras, de modo geral, sejam menos exigentes quanto à fertilidade, a correção da acidez do solo promove incrementos significativos na produção de massa de forragem, refletindo diretamente na produtividade dos sistemas pecuários. É importante destacar que a calagem deve sempre anteceder qualquer tipo de adubação. A dose de calcário necessária é determinada a partir da análise química do solo, sendo inadmissível a realização desse manejo sem informações técnicas precisas. 🔬 Método de cálculo – Saturação por Bases (V%) Esse método tem como finalidade elevar a saturação por bases (V%) a um valor adequado para a espécie forrageira cultivada. Exemplo: Na implantação de um pasto de capim Mombaça (Panicum maximum), que demanda uma saturação por bases de 50%, e considerando um solo com V% atual de 31,1%, aplica-se a seguinte fórmula: 𝑁 𝐶 = ( 𝑉 2 − 𝑉 1 ) × 𝑇 𝑉 1 NC= V1 (V2−V1)×T ​ Onde: V2 = Saturação por bases desejada (ex.: 50%) V1 = Saturação por bases atual (ex.: 31,1%) T = Capacidade de troca de cátions (CTC a pH 7,0) do solo Além disso, o valor calculado deve ser corrigido de acordo com o PRNT (Poder Relativo de Neutralização Total) do calcário utilizado. Considerações Finais: A calagem é uma prática fundamental para a correção da acidez dos solos tropicais. Proporciona melhora na disponibilidade de nutrientes e no ambiente radicular, resultando em maior produtividade das pastagens. O cálculo da dose deve ser realizado obrigatoriamente com base na análise de solo, utilizando métodos reconhecidos como a saturação por bases (V%) ou a neutralização do alumínio. A eficiência da calagem depende da correta interpretação da análise de solo e da escolha de um corretivo com PRNT adequado.
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DINÂMICA DO FÓSFORO EM SOLOS BRASILEIROS
DINÂMICA DO FÓSFORO EM SOLOS BRASILEIROS
Resumo – Dinâmica do Fósforo em Solos Brasileiros O processo de intemperismo, característico dos solos tropicais brasileiros, promove a diminuição da capacidade de troca de cátions e, simultaneamente, o aumento da capacidade de adsorção de ânions, especialmente do fosfato (P). Este fenômeno está diretamente relacionado à elevação do teor de argilas e à maior presença de óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio, que, em ambientes ácidos, apresentam superfícies carregadas positivamente, favorecendo a fixação do fósforo. Dessa forma, em solos altamente intemperizados, ácidos e argilosos, observa-se uma intensa retenção de fósforo pela fração mineral do solo, reduzindo significativamente sua disponibilidade para as plantas. Essa dinâmica explica a elevada exigência de adubação fosfatada nos sistemas agrícolas brasileiros, visto que parte considerável do fósforo aplicado se torna indisponível, sendo adsorvido aos colóides do solo. Para se ter uma dimensão, há relatos de solos capazes de adsorver até 9,2 toneladas por hectare de P₂O₅, o que corresponde a grandes quantidades de fertilizantes comerciais. A eficiência da adubação fosfatada, portanto, depende do conhecimento prévio da capacidade de adsorção do solo, que varia conforme sua mineralogia, grau de intemperização, histórico de manejo e teor de matéria orgânica. Estratégias de Manejo para Melhorar a Disponibilidade de Fósforo em Solos Tropicais: 🔬 Correção da acidez do solo: Aumenta cargas negativas na superfície dos minerais, reduzindo a fixação de fósforo e promovendo o desenvolvimento radicular mais profundo. 📈 Fosfatagem corretiva: Prática utilizada para saturar os sítios de adsorção de fósforo no solo, aumentando a eficiência das adubações subsequentes. 🌾 Manejo conservacionista, como o plantio direto: Favorece o aumento da matéria orgânica, que por sua vez libera ácidos orgânicos que competem pelos sítios de adsorção, reduzindo a fixação do fósforo. ⚗️ Uso de fertilizantes de liberação gradual: Promove uma liberação controlada do fósforo, alinhando a oferta do nutriente com a demanda da planta ao longo do ciclo. 🧪 Inoculação de microrganismos solubilizadores de fósforo: Estratégia biológica que visa mobilizar e disponibilizar o fósforo adsorvido na matriz do solo. Considerações Finais A dinâmica do fósforo em solos tropicais é complexa, exigindo uma abordagem integrada dos fatores químicos, físicos e biológicos do solo. A adoção de práticas de manejo corretivo e conservacionista é fundamental para aumentar a eficiência da adubação fosfatada, reduzir perdas econômicas e promover sistemas produtivos mais sustentáveis.
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